Comecei a dar mai atenção a bandas e músicos consagrados ["dar mais atenção" pq eu já ouvia eles por tabela. culpa de mama e de papa]. Queen, ABBA, Scorpions, Aerosmith, Ray Charles, Eric Clapton, Rolling Stones, Beatles, B.B. King, epav....[e por aí vai...]
Dei mais valor ao instrumento. Mas não deixei de ter a ambição de saber tocar guitarra.
Não é muito diferente de violão. O que conta na guitarra mesmo é o solo e os efeitos.
Meu pai e um amigo dele, Raul, me apresentaram o Guns N' Roses. Me fascinei pelos solos do Slash e pela harmonia de palco da banda. A vontade de tocar guitarra cresceu. Raul me emprestou uma guitarra e um amplificador dele. Uma Lespaul Michael e um cubo Meteoro. Pra mim foi o clímax. Ter uma guitarra do mesmo modelo dos grandes nomes do Rock foi simplesmente magnífico.
Ai sim me dediquei aos estudos da música. No meio desses estudos o Raul decidiu dar-me de presente os objetos acima citados.
Me formei na escolinha de musica, junto com meu parceiro Vinicius, como guitarrista intermediário. Na época foi um evento glorioso.
Festivais de musica surgiram como flores num jardim de "vontade de fazer musica"
Eu e Vinicius formamos uma banda com pretensões de ganhar o nosso 1° festival.
Reza a lenda que, meninos de uma banda concorrente, ao assistiram meu ensaio com o Vinicius, desistiram imediatamente do festival. Na época achei o máximo isso, mas hoje penso e vejo que eu era muito competitivo.
Ganhamos o festival. Desfizemos a banda. Formamos outra, agora com Renan. Participamos de outro festival. Minha banda não ganhou, mas ganhei o título, inesperado, de melhor guitarrista da noite.
Surgiu outro festival. Achamos a Taynah. Perdemos um festival, mas ganhamos o outro.
Fizemos nosso nome em Cacoal, cidade natal da MegaDrive. Não tínhamos muitos fãs. Eram todos nossos amigos e familiares. A banda acabou. Praticamente todos os integrantes migraram para construir carreira [ou ñ], em faculdades de outras cidades. Tardei a ir pra faculdade[6 meses], mas estou aqui.
Nesses 6 meses de ócio musical percebi que a banda tinha mais fãs do que achávamos ter. Éramos reconhecidos através do apelido "o carinha da MegaDrive".
Esses 6 meses se foram. Passei numa universidade federal. Porto Velho não é tão má. Candeias do Jamari, onde moro, que é. Minha vó mora aqui. Foi construído um quarto no fundo de quintal dela e atualmente moro lá. Trouxe comigo minha guitarra e meu violão. A UNIR está de greve. Ócio novamente. Quando estou no meu quarto/casa me vejo cercado de tédio e inutilidade. [To sem TV e sem pc, por isso...]
Porto Velho me deu um grande presente. Letícia. Ela me faz bem. Mas não posso estar com ela todo tempo.
Quando não estou com ela me vejo novamente na vaga ilusão da razão. O que me resta? Guitarra e violão.
Não me lembro do ultimo dia em que deixei de tocar neles. É um ritual, um hábito, algo sagrado.
Não toco bem. Engano bem. Mas nada disso importa quando são só meus dedos, as cordas e minha inspiração. Me transporto para uma dimensão onde a musica é o ar, a luz, a vida. Fazer musica é uma arte, e como toda arte sempre haverá um Marcel Duchamp para estragar tudo.
Dentre as coisas que tenho certeza que farei até morrer estão: respirar, amar minha família, assistir bons filmes, ler bons gibis e tocar guitarra e violão.